CAPÍTULO
7
Algumas pessoas se aproximaram. Kyle sabia que eram índios. Eles
viviam meio isolados da civilização. Apenas tinham contatos
com os protegidos, que eram os brancos que foram autorizados a pisarem
em suas terras pelos espíritos. Assim acontecera com Val.
Val falou com eles e Kyle tentava pescar alguma coisa do que eles diziam,
mas não conseguiam, por vezes, algumas índias achegavam-se
perto dele e o tocavam, Val se virava e falava algo, elas abaixavam
a cabeça para Val e saíam. Val voltou para junto de Kyle.
- As índias gostaram de você � ela
disse rindo
- O que você falou para elas?
- Que você era meu, e que se elas chegassem
perto, eu ia fazer com que elas não arranjassem marido!
- eu? Seu? � ele disse sorrindo
- Não se assanhe. É modo de dizer
que você está comigo.
Val contou sua história enquanto caminhavam para a tenda do cacique
da tribo.
Um dia Val remava pelo rio, pensando, nesse dia, ela não sabia que
tinha se distanciado tanto de sua casa. Quando percebeu, estava perto do
grande carvalho. Já estava escuro e ela dormiu sob ele. No dia seguinte,
ela foi encontrada pelos índios, que ao vê-la sã e
salva, a levaram para a aldeia. O Pajé dois dias antes havia dito
que uma criança com alma de gelo e coração em fogo
apareceria.
Val riu quando falou. Os índios diziam que ela fora enviadas pelos
deuses, que ela era a protegida deles. Desde então, ela era tratada
como uma rainha. Ela passou uma semana lá, enquanto todos a procuravam.
Depois quando ela voltou para casa, todos ficaram espantados ao ver que
ela estava bem. Todos se espantaram ao saber que ela estava bem, pois esses
índios tinham a fama de não gostarem de brancos. E não
gostavam, só a aceitaram porque o Pajé disse que ela era
especial, que era uma guerreira branca com a alma como os dos grandes espíritos.
Depois disso, ela sempre ia lá. Susan nem se preocupava mais quando
ela desaparecia, sabia que ela estaria protegida com os índios,
mesmo assim não gostava. Diziam que a terra ali era mal assombrada,
e Val se divertia com isso.
O cacique a recebeu e abaixou a cabeça. Kyle se surpreendeu. Eles
a tratavam como uma grande chefe. Ele não a chamava pelo nome
normal, ele a chamava por um nome indígena. Depois que eles terminaram
de conversar Kyle perguntou o que significava. Val apenas disse �Olhos
de prata� e as vezes eles a chamavam de �grande águia�. Kyle riu
e Val também, ela disse rindo que as índias já tinham
um nome para ele, Kyle a olhou perguntando qual era �Belo Búfalo�.
Ele perguntou porque e ela olhou para o peito, bunda e para as calças
dele, indicando o por que do nome.
O pajé a veio cumprimentar. Ele a pegou pela mão e ia a levando.
Val olhou para trás.
- Fica aí.
- Onde você vai?
- Preciso fazer algo
Val demorou quase uma hora, mas quando retornou, os índios batiam
tambores, e a cumprimentavam. Kyle quis saber o que houve
- Salvei a filha do cacique. Ela não conseguia
ter o filho e eu a ajudei. O Pajé não conseguia.
- O que eles estão dizendo agora? � ele
perguntou ao ver que alguns índios falavam com ela
- Que eu sou uma enviada dos deuses, que eu salvei
o neto do cacique quando nem o pajé não conseguia. O pajé
é tido como um representante do deus deles na terra. Agora eles
dizem que eu sou a escolhida dos deuses. Que lindo .. � ela disse enquanto
ouvia o que eles tinham a dizer � eles acham que eu sou a reencarnação
da grande deusa.. não é fofo?
- Val, porque os índios estão se
pintando?
- Há!! Você vai rir!! Como nasceu
o neto do cacique, eles vão dar uma festa. E agora que eles descobriram
que eu sou a grande deusa � Val deu uma gargalhada � eu vou dançar...
Val explicou para ele que ela iria dançar, e ela iria dançar
com um dos guerreiros. A briga era pra saber quem iria. A dança
não era feita há mais de 150 anos e o último guerreiro
que dançou com a grande deusa, se tornou o maior chefe índio
que a aldeia já tivera. Val deu um berro e todos se calaram
- Aianamo catesui pindagora suitemo necorá!
� ela disse séria � depois apontou para Kyle � tambara seuti kidameno!
� os índios se entreolharam � juitera camadesui hutemo linadecoritesuitea!!!
Os índios se abaixaram até o chão e depois saíram.
Kyle a olhou
- Que diabos você fez?
- Apenas coloquei meu lado de deusa pra fora
� ela disse rindo � disse que eu ia escolher, eu era a deusa, e eles iam
me obedecer. Falei que você ia dançar comigo e que com quem
eu dançasse não seria o chefe ainda, porque eu ainda não
o escolhi.
- eu? Dançar? Eu não sei como se
dança.
- Não se preocupe, você vai saber
� ela disse com um sorriso maroto. Algumas índias se aproximaram
dela � elas vão me preparar. � ela olhou para as índias �
tambara seuti kidameno! Danrita siuti cadamesa! � ela traduziu para Kyle
� disse que você ia dançar e que o deixassem bem bonito para
mim!
Assim que ela falou isso, se retirou com as índias. Alguns índios
apareceram para o arrumar. Uma hora depois, Kyle não sabia onde
se enfiar. Ele estava só com uma pele cobrindo suas partes íntimas,
o tinham pintado e ele tinha um belo cocar na cabeça e alguns colares.
Alguns índios se abaixaram quando ele passou.
Depois o levaram para fora onde algumas índias riam e jogavam charme
para ele. Os índios apenas abaixavam a cabeça. �que diabos
que está acontecendo? É obra da Val �ele pensava.. ele se
sentou em uma cadeira de juncos trançados que estava um pouco abaixo
de uma cadeira enfeitada com flores.
Alguns índios se posicionaram como em um corredor. Kyle descobriu
que ia ser por onde Val ia passar e que se ela sorrisse para eles era sinal
que sua família ia ficar bem. Ele não entendia porque eles
gostavam tanto de Val, mas achava legal o jeito que eles a tratavam.
Tambores começaram a tocar e algumas índias enfeitadas vieram
na frente, com uma máscara indígena, um cocar gigante de
penas coloridas e com o corpo coberto por peles, Val apareceu. Os índios
se reverenciavam até o chão quando ela passava. Quando ela
chegou no corredor dos guerreiros. Parou. As índias tiraram a
máscara dela. Kyle se admirou. A pintura em seu rosto passava força,
vigor e a deixava com um acara selvagem. As peles não foram retiradas.
Val sorriu apenas para alguns guerreiros. Ela conhecia cada um e sabia
quais deveriam receber o sorriso. Ela sorriu mais abertamente para um dos
guerreiros, que em vez de abaixar a cabeça, sorriu para ela.
Val se sentou e os índios fizeram uma festa para comemorar o nascimento.
Depois começaram uma dança em que logo Val faria parte. Kyle
olhava as índias dançando, com pouca roupa.
- Ora, só.. � Val disse � vejo que você
está se divertindo!
- elas estão quase sem roupa!!! E dançando
daquele jeito! eu tenho que olhar � ele disse sem tirar os olhos delas.
- então não dance comigo! � ela
disse
- porque?
- você vai descobrir
Back
| Next Chapter